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15/01/2018

Custo para produzir café arábica sobe 99% em oito anos no Estado

Todo produtor, ao terminar uma safra, já começa a calcular e especular como será a próxima. Para eles, é fundamental ter boa produção e baixo custo operacional.

Objetivo que não foi alcançado em Venda Nova do Imigrante. Em oito anos, o custo de produção do café arábica na região, quase dobrou.

De 2008 a 2016, comprar fertilizantes, agrotóxicos, alugar máquinas, pagar funcionários e empréstimos ficou 99,16% mais caro. A variação no custeio da produção foi superior ao do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) sobre esses mesmos serviços e produtos no município (65,05%).

Os dados são do Compêndio de Estudos, que analisa os custos de produção e a rentabilidade do café, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que escolheu os municípios de Venda Nova do Imigrante, na região de Montanhas, e Pinheiros, no Norte do Estado, para representar o Espírito Santo.

De acordo com Aroldo de Oliveira Neto, superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, o aumento do custo de produção em Venda Nova do Imigrante deve-se em grande parte ao fato de que as despesas com mão de obra cresceram 86,13% ao longo de oito anos.

“A mão de obra ainda tem uma participação muito grande nos custos de produção em áreas de montanhas, já que o maquinário não consegue realizar o trabalho devido às características do solo”, explicou.

Para se ter ideia da diferença, de 2013 a 2016, o custo de produção do café arábica cresceu quase 67,7% em Venda Nova do Imigrante. Já em Pinheiros, o aumento foi de apenas 18,2% para o cultivo de conilon nesse mesmo período.

Segundo o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, a produtividade foi a responsável pela melhora nos indicadores da produção no Norte. Em 2016, a produtividade de um hectare de café conilon plantado no município era de 3,9 mil quilos e preço médio da saca de R$ 379,87. Esses fatores aliados ao baixo custo de produção trouxeram bons resultados para o município.

“Esse número de sacas colhidas é resultante do desenvolvimento de tecnologias ligadas ao café conilon e avanços tecnológicos no processo de plantio”, comentou Oliveira Neto.

Investimentos no Espírito Santo para conilon mais resistente

Inovação e descobertas na área do café conilon não faltam no Estado. Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), registraram uma nova cultivar desse café a partir de experiências de produtores capixabas do grão.

No primeiro momento, 25 mudas de produtores foram selecionadas e, desse total, seis foram escolhidas pelos pesquisadores. Na avaliação foram consideradas características como produtividade, vigor, tamanho de frutos, resistência a pragas e doenças.

Segundo Fábio Luiz Partelli, coordenador do programa de pós-graduação em Agricultura Tropical, a Tributun, como foi chamada, é uma variedade muito produtiva.

“A média de colheita da cultivar é de 90,87 sacas por hectare por ano. Além disso, não houve ataque severo das principais pragas do café, já que as plantas se mantiveram vigorosas”, comentou.

Fonte: AGazeta, Vitória-ES 15/01/2018 p. 25.